ABES-MG coordena Painel durante RESAG

Belo Horizonte sediou, de 13 a 15 de setembro de 2017, o 3º Congresso Internacional RESAG (Rede de Saneamento e Abastecimento de Água). Após a abertura oficial do evento, na manhã do dia 13, o presidente da ABES-MG, Rogério Siqueira, participou da coordenação dos trabalhos do I Painel: Recursos Hídricos e Saneamento, juntamente com a pesquisadora em tecnologia do Instituto SENAI de Tecnologia em Meio Ambiente, Zenilde das Graças Guimarães Viola.

 

 

A primeira palestra abordou a “Situação atual e tendências na gestão de recursos hídricos”. O tema foi apresentado por Marcos José de Melo Neves, coordenador de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Fórum Mundial da Água. Ele destacou os preparativos para o Fórum Mundial da Água e sua importância para aumentar a participação do tema água na agenda política dos governos. “O Fórum ajuda a aprofundar as discussões, a troca de experiências e a formular propostas concretas para os desafios relacionados aos recursos hídricos”, explicou. O coordenador também citou o Projeto Legado, que terá sua versão final apresentada durante o 8º Fórum Mundial da Água, de 18 e 23 de março de 2018, em Brasília. Marcos Neves ressaltou que o Projeto é um esforço institucional que visa consolidar propostas para o aperfeiçoamento da Política Nacional de Recursos Hídricos. O documento deverá conter propostas objetivas, como propostas de projetos de lei, de resoluções do CNRH, programas de fomento, entre outras medidas que visem a superação dos problemas apresentados.

 

 

Os “Avanços e desafios do saneamento básico após 10 anos da Lei do Saneamento”, foi o tema da palestra seguinte com o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos. Ele foi taxativo ao afirmar que o saneamento é a infraestrutura mais atrasada que o Brasil tem hoje “Com o cenário que temos será preciso muito esforço para conseguirmos atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Meta 2030. E, esse avanço depende da participação de cada cidadão. Metade da população do país não tem coleta de esgoto e os cursos d´água são usados como diluidor de esgotos. A maior parte das doenças gastrointestinais são provocadas pela falta de saneamento. Precisamos adotar medidas de curto, médio e longo prazo para avançarmos nos índices de saúde e educação e isso passa pelo saneamento”. Segundo ele, entre 2011 e 2015, o país avançou menos de um ponto percentual em todos os indicadores (perda de água tratada, esgoto tratado, coleta de esgoto, água tratada, coleta de resíduos). “Para que o saneamento avance precisamos de um projeto de país e não decisões adotadas por governantes apenas com interesses de momento”, concluiu.

 

 

O Gerente de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Wagner Costa, abordou “A visão do setor industrial na gestão de recursos hídricos”. Ele destacou que a Federação não tem poder de decisão sobre as indústrias. Sua função é conscientizar e mobilizar os diversos setores para as questões hídricas da atualidade e os possíveis riscos e impactos provocados no processo de produção. “As atuais diretrizes globais buscam a eficiência hídrica, infraestruturas verdes e uma mudança de paradigma: a água deixa de ser um bem, abundante, barato e passa a ser um recurso limitado, que precisa de conservação, e que pode onerar os processos produtivos”. Com essa nova visão os setores produtivos buscam adaptar sua demanda à oferta de água.

 

Após as apresentações o coordenador do painel, Rogério Siqueira, que também é membro da ABES-MG na Câmara Técnica Especializada em Políticas de Energia e Mudanças Climáticas do COPAM-MG, fez suas considerações sobre os temas abordados e abriu para a participação do público. Ele destacou a urgência dos esforços para se preservar os recursos hídricos e citou os impactos das atividades econômicas no aquecimento do planeta. “Temos um modelo de crescimento totalmente insustentável. Não podemos mais viver como se os recursos do planeta fossem infinitos, eles estão se esgotando. Precisamos de um modelo que leve em conta a capacidade da Terra de se regenerar, isso é sustentabilidade”, concluiu.

RESAG

A Rede de Saneamento e Abastecimento de Água – RESAG foi criada por representar uma das áreas estratégicas do País, e está vinculada ao Sibratec/Serviços Tecnológicos juntamente com as demais redes temáticas.

As Redes temáticas que fazem parte dos Serviços Tecnológicos/SIBRATEC foram definidas pelo Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) de acordo com áreas estratégicas para apoiar o desenvolvimento do território nacional, com a participação de instituições importantes em cada área.

São setores objeto de atuação das Redes: Produtos para a saúde, Insumos farmacêuticos, medicamentos e cosméticos, Sangue e hemoderivados; Análises físico-químicas e microbiológicas para alimentação; Biotecnologia; Saneamento e Abastecimento de Água; Radioproteção e dosimetria; Equipamentos de proteção individual; Produtos e dispositivos eletrônicos; TIC aplicáveis às novas mídias: TV Digital, comunicação sem fio, internet; Geração, transmissão e distribuição de energia; Componentes e produtos da área de defesa e segurança; Biocombustíveis; Produtos de manufatura mecânica; Produtos de setores tradicionais: têxtil, couro e calçados, madeira e móveis; Instalações prediais e iluminação pública; Monitoramento ambiental; Transformados plásticos; Gravimetria, orientação magnética, intensidade de campo magnético e compatibilidade eletromagnética; e Resíduos e Contaminantes em Alimentos.

 

27-09-2017