Abes-MG terá gestão mais feminina nos próximos dois anos

Durante a posse dos membros da nova diretoria da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, sessão Minas Gerais, (Abes-MG), nesta segunda-feira,29, a presidente da Abes Nacional, Cassilda Teixeira destacou a participação da associação em importantes conquistas, que se confundem com a própria estória do saneamento no Brasil, e reiterou ser possível promover a universalização no país dentro de dez anos.

A nova presidente da Abes-MG, Célia Regina Alves Rennó destacou que conhece os desafios, a crescente demanda da sociedade por uma melhor qualidade de vida, e apresentou as propostas de gestão para os próximos dois anos.

Cassilda destacou o fato de a associação ser a única ONG a ter acento vitalício no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e a trajetória de participação na definição de politicas para o setor. "Naquela época, a única organização instituída que começava a colocar a questão do meio ambiente era a Abes. Nos anos 80, começamos a discutir a Política Nacional de Saneamento, e 21 anos se passaram até sua promulgação em 2007. Da mesma forma, participamos das discussões sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos nos anos 90 e da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que acabamos de aprovar após 19 anos de embates. Esse trabalho é desafiante mas precisamos sair dessa zona de conforto".

Apesar das conquistas a presidente da Abes Nacional diz que é preciso pensar novo para que a universalização se dê de fato. "Ouvimos no início do ano, da presidente da Caixa Econômica Federal, principal financiador do setor de saneamento, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social, que dos 7,5 bilhões investidos em saneamento em 2010, mais do dobro, mais de R$ 15 bilhões, ficaram na carteira dessas duas entidades. Se por 21 anos faltava regulação, hoje temos 17 estados com agências reguladoras, ainda que de forma embrionária, mas instaladas. Depois dizia-se que não havia recursos e agora está aí a declaração que os recursos estão disponíveis. Depois se falou que não havia marco regulatório e agora temos a lei. O que falta é sair da zona de conforto, inovar", defende.

Ela encerrou dizendo que reconhece as dificuldades, mas que a universalização só acontecerá se o trabalho for feito de forma conjunta entre os três níveis de governo, os órgãos de financiamento, os órgãos de fiscalização. "Acreditamos que será possível universalizar em dez anos, que o Brasil tem condições para isso, mas precisamos inovar na gestão, tecnologicamente e instituir de fato e de vez nossos órgãos de regulação", concluiu.

Celia disse que são de grande importância as bandeiras que a presidente da Abes Nacional a estimula a levantar. E que muitas delas estão contempladas na proposta de trabalho que deve vigorar em sua gestão. A chapa chamada de Cidadania e Atitude no Saneamento Ambiental (Casa), que hoje toma posse, considerou as demandas do saneamento no Estado e enumerou alguns itens como norteadores das ações para os próximos dois anos. "Primeiro, o fortalecimento da Abes-MG nos diversos setores e fóruns de saneamento, recursos hídricos e meio ambiente; vamos trabalhar para alcançar a universalização dos serviços de saneamento ambiental; lutar pela ampliação e investimentos no setor; contribuir para a elaboração de politicas e ampliação das ações para melhoria da qualidade ambiental; construir parcerias dentro e fora do setor; implementar uma rede de comunicação entre os diversos públicos do saneamento ambiental; incentivar e promover a capacitação dos profissionais do setor e sua inserção no mercado de trabalho. Além de promover o grupo de jovens profissionais e valorizar o grande circulo de associados através do estimulo a participação", disse.

A nova presidente agradeceu a todos e finalizou dizendo que espera contar com o incentivo e apoio para conseguir cumprir todos os compromissos de trabalho assumidos.

30-8-2011