Poluição da água mata 1,8 milhão de pessoas por ano, diz estudo



A poluição do ar, da água, do solo e dos ambientes de trabalho matou 9 milhões de pessoas prematuramente no mundo em 2015. Só a poluição da água matou 1,8 milhão de pessoas, ou 20% do total por poluição no período. A conclusão é de levantamento conduzido pela Comissão para Poluição e Saúde da revista científica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. Para efeito de comparação, as mortes causadas pela poluição equivalem a mais do que o triplo da soma de todas as mortes anuais por Aids, malária e tuberculose, ou 15 vezes todas as mortes violentas, ou 16% de todos os óbitos anuais do planeta. O prejuízo gerado pelas mortes e outros problemas decorrentes da poluição é de cerca de US$ 4,6 trilhões ao ano, o equivalente a 6,2% da economia mundial.

 

Em “poluição da água”, especificamente, foram encaixadas desde mortes por consumo de água contaminada a problemas mais difusos decorrentes da disposição irregular do esgoto. Na maioria dos casos, as mortes acontecem depois da infecção por doenças gastrointestinais e parasitárias transmitidas pela água, como diarréia (e subsequente desidratação), cólera, disenteria, giardíase e hepatite, entre outras.

Especificidades regionais

 

Como já era de se esperar, as regiões mais pobres do mundo são as que mais registram mortes por problemas ligados à exposição à poluição. Em nações como a Índia, na Ásia, Chade e Madagascar, na África, a poluição corresponde a 25% de todas as mortes, índice 56,3% acima da média mundial, de 16%. O que não significa que os países ricos também não tenham problemas com a poluição. Estados Unidos e Japão, por exemplo, estão entre os 10 países onde mais se morre por formas “modernas” de poluição como a decorrente da queima de combustíveis fósseis.

Outros prejuízos da poluição

 

Uma pesquisa em andamento na região de Dhaka, no Bangladesh, está mapeando, no cérebro infantil, o impacto de adversidades como a má-nutrição crônica e a falta de saneamento. O levantamento é conduzido pela Universidade Harvard em parceria com o Centre for Diarrhoeal Disease Research, de Bangladesh, e tem apoio da Fundação Bill & Melinda Gates.

 

Um dos objetivos iniciais dos pesquisadores tem sido definir qual tipo de adversidade é responsável pelas maiores variações na atividade cerebral das crianças estudadas. Resultados preliminares sugerem que doenças inflamatórias, como os patógenos do intestino, são os que têm maior impacto na atividade cerebral. “Se a informação for confirmada, fica reforçada a importância do saneamento”, escreveu a Nature, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, em artigo dedicado à pesquisa.

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05-12-2017