Abastecimento de água em Brumadinho motiva debate



Para discutir as queixas de moradores da Serra da Moeda com relação ao secamento das fontes de abastecimento de água nas comunidades de Suzana e Água de Campinho, no município de Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai realizar uma audiência pública, nesta quinta-feira (7/12/17).

 

A reunião será no Auditório José Alencar Gomes da Silva, a partir das 9 horas, e foi solicitada pelos deputados Rogério Correia e André Quintão, ambos do PT.

 

Os parlamentares pretendem verificar se são procedentes as suspeitas dos moradores de que o secamento das nascentes está sendo provocado pela extração de água para abastecer uma fábrica da Coca-Cola Femsa Brasil, instalada há dois anos no município vizinho de Itabirito (Região Central), às margens da BR-040.

 

“Vamos buscar os fundamentos que comprovem se isso está acontecendo e cobrar as medidas para evitar o problema, uma vez que a prioridade deve ser sempre o consumo humano”, afirmou André Quintão.

 

Aquífero – Em matéria publicada pelo jornal O Tempo, em 22 de setembro deste ano, representantes da organização não-governamental (ONG) Abrace a Serra da Moeda alegam que os poços perfurados para abastecer a fábrica da Coca-Cola extraem água do aquífero Cauê, que alimenta as nascentes de Suzana e Campinho A, B e C.

 

Segundo os relatos, a nascente de Campinho B chegou a secar completamente em abril de 2016, de maneira que uma população de 300 habitantes passou a ser abastecida por caminhões-pipa enviados pela Coca-Cola. A ONG alega, ainda, que a extração de água foi autorizada sem a apresentação de estudo prévio de impacto ambiental e hídrico.

 

De acordo com a matéria, os poços que abastecem a Coca-Cola foram perfurados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabirito. Tanto o serviço municipal quanto a empresa multinacional argumentam, segundo o jornal, que a perfuração e a operação dos poços foram autorizadas pelos órgãos competentes. Também garantem que a extração, segundo estudos e análises técnicas, não prejudica o abastecimento das comunidades vizinhas.

 

Convidados - Estão convidados para participar dos debates representantes dos moradores das comunidades envolvidas, autoridades municipais, estaduais e o gerente de Assuntos Corporativos da Coca-Cola Femsa Brasil, Rodrigo Simonato.

05-12-2017