Poços de Caldas trata apenas 13% do esgoto, segundo relatório da Agência Nacional das Águas



 

 

O relatório Atlas Esgotos, elaborado pela Agência Nacional das Águas, apontou que Poços de Caldas (MG) tem o pior desempenho no tratamento de esgoto entre as três maiores cidades da região. Segundo a pesquisa, apenas 13% do esgoto produzido é tratado, número bem abaixo do recomendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é de 60%. Os dados são de 2013 e foram divulgados na última semana.

 

Com isso, quase todo o esgoto da cidade é jogado direto nos rios, o que representa mais de oito toneladas por dia.

 

O site oficial do Dmae, Departamento Municipal de Água e Esgoto, informa que coleta quase 9 milhões de metros cúbicos e trata cerca 983 mil, o que indica um tratamento de apenas 11% do esgoto. Mas o Dmae contesta os números e diz que os valores mudaram. Segundo o departamento, atualmente 30% do esgoto produzido na cidade é tratado, número ainda bem abaixo do recomendado.

 

“Nós colocamos uma estação de tratamento de esgoto próxima a ETA 5, a ETE 3, para funcionar. Então ela entrou em funcionamento. Embora ela não esteja com a captação de gás totalmente concluída, ela consegue tratar todo o esgoto da Zona Sul”, explica José Vicente Felício da Silva, gerente da Divisão de engenharia e Operações do Dmae.

 

Para aumentar o tratamento do esgoto na cidade, o departamento depende da conclusão das obras da ETE 1, nova estação de tratamento. A obra começou há 10 anos.

 

Três empresas já foram responsáveis pelas obras e não concluíram. Em 2017, o Dmae assumiu a construção e promete entregar a estação pronta em outubro de 2018.

 

“Não vamos dizer 100%, mas 99% do esgoto será tratado. É o nosso compromisso”, afirma o gerente.

 

Enquanto os trabalhos não são concluídos, a cidade continua despejando o esgoto no Rio Lambari, que segue para a represa de Caconde (SP). O impacto ambiental preocupa moradores e integrantes de ONG’s ambientais.

 

“Entra administração, sai administração e nós não temos a ETE pronta. Ela é fundamental para trabalhar esse esgoto”, explica a ambientalista Irinéia Ardissom da Silveira Souza.

19-10-2017