Fossas sépticas ajudam a evitar contaminação na zona rural de Campinas



 

 

A falta de saneamento adequado na zona rural de Campinas está preocupando moradores e autoridades. Nessas regiões é comum o uso das chamas “fossas negras”, que não têm tratamento de esgoto e podem contaminar o solo, nascentes e poços de água usados pela população. Dos 18.389 moradores da área rural da cidade, 35% não tem saneamento e 29% usam fossas.

 

Para resolver esse problema, várias casas estão recebendo fossas sépticas biodigestoras, uma tecnologia mais limpa e que não afeta o meio ambiente. Nelas, as fezes são dissolvidas por uma bactéria e viram biofertilizante, que pode ser usado como adubo natural. Um processo mais limpo e seguro para o homem e para o meio ambiente. A expectativa é que 100 fossas sépticas sejam instaladas por ano na cidade.

 

“O plano de investimentos junto com a Sanasa prevê a extensão da rede (de esgoto) até 2020. Nas áreas rurais não dá para fazer uma previsão precisa de quando vamos chegar com as fossas sépticas a todas as casas”, disse Rogério Menezes, secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas. Mas ele garante que todas elas serão atendidas.

 

O analista da Embrapa Carlos Renato Marmo diz que a água que sai após o processo nos biodigestores pode ser reutilizada para molhar plantas em hortas e pomares, reaproveitando a água e os nutrientes.

Nascentes

 

“Tem o problema do mau cheiro e também o risco de contaminação. Do lado da fossa negra eu tenho um poço e a gente fica com medo de usar a água”, diz o pedreiro Heliomar Gomes Pereira, que mora na região do Carlos Gomes, área de proteção ambiental. Só no terreno dele, onde há três casas, há mais de 20 nascentes e minas de água.

 

“Se todo mundo resolver fazer fossas negras nessa região vão matar todas as nascentes que existem por aqui. São todas com água boa e já tem fossas na parte de cima delas”, disse Heliomar. Ele ajudou a instalar as novas fossas na casa de vizinhos e espera que chegue logo a sua vez.

 

“É bom pra natureza, bom pro povo, bom pras minas de água. Seria maravilhoso (ter em todas as casas), essa é a esperança de todos nós aqui do bairro”, afirma.

 

Fonte: G1 – EPTV 1ª edição

 

16-08-2017