Conferência da ONU vai rediscutir metas de redução de emissões

Neste domingo, em Bangcoc (Tailândia), começa a conferência sobre clima da ONU pré-COP 17, que vai acontecer em dezembro de 2011 em Durban, África do Sul. Nessa rodada preparatória de negociações, que vai até o dia oito de abril, serão revistas as metas para mitigar o aquecimento global, após o acordo feito no ano passado para limitar o aumento de temperatura do planeta para 2ºC acima do período pré-industrial.

A posição das Nações Unidas é de que os compromissos assumidos até agora ainda são muito fracos para atingir esse objetivo. O teto de 2ºC acima da temperatura pré-industrial é considerado o limite para evitar mudanças perigosas, como mais ondas de calor, inundações e elevação dos mares.

Os planos das nações para diminuir a emissão de gases estufa até 2020 foi submetido em março deste ano à ONU.

Obs.: 1990 é o ano base definido pelo Protocolo de Kyoto. Mesmo assim, algumas nações optaram por tomar outros anos como referência, como Austrália, Canadá, EUA e Cazaquistão.

Global. As promessas dos países ricos para 2020, até o momento, diminuem as emissões globais em cerca de 12 a 17%, com base nos níveis de 1990, de acordo com a Climate Action Tracker,
compilação feita por cientistas independentes.

Os cortes de 1990 a 2008, último ano com dados disponíveis, há uma média de 8% de corte, obtida em grande parte pela queda nas emissões da Rússia, após o colapso da União Soviética e de muitas de suas indústrias poluidoras.

Cientistas do painel do clima da ONU, em 2007, indicaram que cortes de 25 a 40% nas emissões de nações industrializadas, abaixo dos níveis de 1990 e até 2020, dariam 50% de
chances para limitar o aumento da temperatura a 2ºC.

Apesar disso, a ONU também defende que os países em desenvolvimento também devam contribuir com um "desvio substancial" na projeção de crescimento de suas emissões.

Dados Nacionais

Estados Unidos - O presidente Barack Obama quer cortar as emissões em 17% a partir dos níveis de 2005, ou 4% a partir de 1990. O Senado dos EUA não aprovou legislação climática e a preocupação ambiental diminuiu entre a população. Obama estabeleceu nesta semana uma meta de corte de importações de óleo em um terço nos próximos 10 anos.

União Europeia (27 países) - Defende corte unilateral de 20%, ou 30 % se "outros países desenvolvidos se comprometerem com reduções comparáveis ​​e se os países emergentes contribuirem de forma adequada".

Rússia - 15 a 25%. Vai depender de uma "adequação" para o setor de silvicultura, que seja juridicamente vinculativa e pressuponha obrigações legais para todos os grandes emissores.

Japão - 25%, como parte de um "justo e eficaz quadro internacional ", em que todas as grandes economias, em conjunto, cumpram metas ambiciosas.

Canadá - 17% com base nos níveis de 2005, em sintonia com a meta dos EUA.

Austrália - Vai cortar em 25% se o mundo concordar com um ambicioso acordo global para limitar o CO2 da atmosfera em até 450 partes por milhão (ppm), ou menos. Vai cortar entre 5 e 15% se houver acordo global menos resistente.

Ucrânia - 20%, sob a condição que os países desenvolvidos tenham uma posição de consenso sobre os cortes.

Belarus - 5 a 10%, desde que se tenha acesso ao mercado de carbono e novas tecnologias.

Croácia - 5%, valor a ser revisto com a adesão à UE.

Cazaquistão - 15%.

Nova Zelândia - 10 a 20% "se houver um amplo acordo global ". Visa reduzir pela metade as emissões de 1990 até 2050.

Suíça - 20%, ou 30% se as outras nações desenvolvidas fizerem cortes comparáveis e se as nações pobres também agirem.

Noruega - 30%, ou 40% se houver acordo ambicioso para chegar ao teto de 2ºC.

Islândia - O governo adotou meta de 15%, mas está disposto a aprofundar a 30% na UE.

Liechtenstein - 20%, ou 30% se as outras nações ricas agirem comparativamente e as nações emergentes contribuirem.

Mônaco - 30%; pretende ser neutro em emissões de carbono até 2050.