Menos de dois meses após o início das obras de captação do rio Paraopeba, em Brumadinho, cerca de 40% delas já foram concluídas e devem ser entregues em dezembro, conforme assegurou nesta quarta o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Ao visitar o canteiro de obras, executadas pela Odebrecht, empresa investigada pela operação Lava Jato, Pimentel comemorou o avanço da estrutura, que custou R$ 128,4 milhões aos cofres estaduais e vai captar 5.000 litros de água bruta por segundo a mais, sendo bombeada para a Estação de Tratamento de Água (ETA) do rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba.
“Quero dizer da alegria de estar aqui visitando essa obra, que é importantíssima para a região metropolitana de Belo Horizonte e que vai garantir que não falte água no ano que vem e nos próximos anos. Com essa obra concluída, vamos ter segurança para mais de 20 anos no abastecimento da cidade”, afirmou o governador, enfatizando ainda o afastamento do risco de racionamento na capital e região. A execução está sendo coordenada pela Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa).
Desde janeiro, essa obra tem sido a principal aposta do governo de Minas para solucionar a crise hídrica em BH. Uma equipe do governo, composta pelos secretários de Estado Helvécio Magalhães (Planejamento) e Murilo Valadares (Obras), chegou a anunciar em fevereiro um repasse de R$ 809 milhões do governo federal para obras destinadas a solucionar a falta de água no Estado. No entanto, nenhum centavo chegou até o momento, segundo o governador, em razão da crise orçamentária da União.
“Nós pedimos esse dinheiro e está sendo estudado, mas a situação do governo federal é mais difícil. Nós estamos num momento de contingenciamento muito forte de verbas orçamentárias para atingir aquelas metas do ajuste fiscal. Por isso, essa obra, que era mais importante, estamos dando conta de realizar com recursos próprios”, disse Fernando Pimentel.
Outras obras previstas para a região metropolitana são a obra de captação de um metro cúbico por segundo do rio Paraopeba para o Sistema Serra Azul, ao custo de R$ 50 milhões, e um reservatório para o rio das Velhas. Essas intervenções, no entanto, dependem da verba do governo federal.
Intervenção pode afastar riscos pelos próximos 25 anos
A adutora instalada para a captação de água do rio Paraopeba terá ao todo seis quilômetros de extensão, sendo que dois já estão prontos. “São tubos de aço com um metro e meio de diâmetro e que vão transportar esses 5.000 litros por segundo, que estamos captando aqui no Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso”, explicou o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli.
A ideia é poupar a água dos três reservatórios do Sistema Paraopeba (Serra Azul, Rio Manso e Várzea das Flores) no período de chuvas, entre outubro e maio. “Com isso, esperamos que, no máximo em três anos, a gente esteja com esses reservatórios novamente cheios, evitando a crise hídrica nos próximos 25 anos”, garantiu.
17-08-2015