Falta de chuvas ameaça planos



Mais uma vez, todas as fichas para garantia do abastecimento de água na região metropolitana serão depositadas em São Pedro. “Se tivermos um período enorme de seca, jamais visto, a gente nunca pode falar que a situação está resolvida”, admitiu o diretor da Copasa Rômulo Perilli. Apesar de o sistema só ser ativado no período de cheia do rio, o coordenador de educação ambiental do Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba (Cibapar), Rafael Bernardes, alerta para os impactos que a obra do Paraopeba trará para os municípios a jusante do ponto de captação, em Brumadinho. Primeiro, em relação à qualidade da água do Paraopeba, que vai se juntar ao Manso, rio que possui uma boa qualidade. “A Copasa vai gastar mais em tratamento”, avaliou.

 

Bernardes também questionou o fato de o volume captado comprometer a vazão de parte das cidades do médio e baixo Paraopeba. “Isso é uma cadeia, vai tirando daqui, vai faltando dali. Acredito que possa ter briga pelo uso da água, já que no médio e baixo Paraopeba o recurso é utilizado para outros fins”, disse.

 

Para o professor de engenharia hidráulica e recursos hídricos da UFMG, Carlos Martinez, essa captação não implicará em riscos aos municípios, já que a vazão mínima do rio no local é de 16,36 m³/s. “Haverá, sim, um impacto ambiental, ameaçando fauna e flora, mas acredito que não haveria outro jeito de evitar o desabastecimento”.

14-08-2015