Outorga não garante a disponibilidade



A campeã de outorgas nas bacias dos rios Paraopeba e Velhas, de acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), é a Copasa. São 43 outorgas que, juntas, somam um volume de 24,3859 m³/s. Mais de 90% desse volume é retirado dos rios das Velhas e Manso, cujos trechos encontram-se em estado de atenção e de restrição, respectivamente. Para abastecer toda a Grande Belo Horizonte, a companhia informa que são necessários 14 m³/s, sendo que, atualmente, retira 12,1 m³/s por causa do nível crítico dos reservatórios do sistema Paraopeba. “A existência de outorga não é garantia de disponibilidade de água”, esclarece a empresa.

 

O professor especialista em hidráulica da UFMG Carlos Martinez critica a possibilidade de punir a população pela crise hídrica. “A Copasa deve atuar pelo lado da distribuição, melhorando o sistema e evitando as enormes perdas. Também seria conveniente que a companhia promovesse o tratamento de esgoto do sistema, evitando o lançamento nos cursos de água. Se o problema de perdas, de pressões elevadas e de tratamento de efluentes não for resolvido, teremos uma repetição desses problemas de forma cíclica”, avalia.

 

Desperdício

 

Copasa. No primeiro trimestre de 2014, a perda de água com vazamentos e “gatos” foi de 237,69 litros/ligação/dia. Em 2015, a perda foi reduzida para 224,49 l/ligação/dia.

29-05-2015