Em um mês, apenas um terço da meta de poupar é cumprida



O diretor de operações metropolitanas da Copasa, Rômulo Perilli, afirmou que, se a economia de 30% não for alcançada, Belo Horizonte estará mais perto de implantar o racionamento de água. Ele explicou ainda que o rodízio já está sendo estudado. No entanto, só entrará em vigor quando for decretada a situação crítica de recursos hídricos.

 

Se não houver economia espontânea, Perilli não descarta sobretaxas. “A Copasa está com uma série de medidas para reduzir o consumo, como caça aos vazamentos. Mas, se for decretada a escassez hídrica, aí vamos partir para redução compulsória do consumo, via rodízio e tarifas”, anunciou o diretor, em audiência pública realizada nesta quinta na Câmara Municipal de Belo Horizonte, para tratar da crise hídrica. “Mas qualquer decisão só será tomada após ouvirmos a população”, disse.

 

Quem emite o decreto de situação de escassez hídrica que viabiliza a implantação do racionamento é o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). A Copasa já fez o pedido ao órgão há mais de um mês, mas nada foi decidido ainda. Agora, essa decisão mudará de mãos. No dia 21 de fevereiro, a então diretora geral do Igam, Marília Carvalho de Melo, foi exonerada. No organograma exibido no site do órgão, o cargo de diretoria geral está em branco.

 

Quando a Copasa lançou a meta de economizar 30%, a presidente da companhia, Sinara Meireles, afirmou que, caso a situação dos reservatórios não melhorasse, o racionamento começaria em, no máximo quatro meses, ou seja, até maio. Desde então, apesar de algumas chuvas, o sistema Paraopeba, que abastece a região metropolitana de Belo Horizonte ficou estável – subiu de 30,25% para 30,3%.

 

Segundo a Copasa, se as condições não mudarem para aumentar a oferta de água e reduzir o consumo, o volume é suficiente para garantir o abastecimento até, no máximo, o mês de agosto. “Se chover a mesma quantidade do ano passado e a economia de 30% não for feita até julho, poderemos sim começar o racionamento. Mas será apenas para a região metropolitana, no resto de Minas,não”, afirmou Antonio Cesar.

 

Caça-gotas

 

A Copasa está em temporada de caça aos vazamentos, que são os vilões do desperdício,responsáveis por 40% das perdas de água. O diretor de operações metropolitanas Rômulo Perilli lembra que qualquer denúncia pode ser feita pelo 115. “A ligação é gratuita e, para melhorar, colocamos a opção de denunciar um vazamento como a primeira no menu.” Segundo ele, são registrados 800 vazamentos por dia na região metropolitana. A meta é reduzir o tempo de atendimento de 9 horas para 4 horas.

03-03-2015