No dia 20 de maio, o diretor da região Metropolitana de Belo Horizonte da Copasa, Dr. Juarez Amorim, esteve novamente em Pará de Minas para acompanhar de perto a situação do abastecimento de água na cidade. Ao longo do dia, ele visitou algumas empresas para reforçar a importância do uso consciente da água e aproveitou para esclarecer as dúvidas da imprensa local, além de conversar com o prefeito Antônio Júlio.
“Temos dois problemas na cidade: a crise hídrica e a ausência de investimentos necessários que dependem de uma definição do Poder Público local. Estamos tentando minimizar o problema, mas, resolver, definitivamente, só com o transporte de 300 litros por segundo de água bruta do Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento em Pará de Minas”, destacou Amorim fazendo alusão ao contrato de concessão entre a Copasa e o município de Pará de Minas, vencido em 11 de outubro de 2009.
Sobre o interesse da Copasa em permanecer no município, ele ressaltou: “A Copasa tem vontade e expertise para continuar operando o sistema de água de Pará de Minas. Mas também tem pressa. Seja a Copasa ou outra empresa, precisamos de uma decisão. A população precisa de uma decisão”. Ele ainda comentou que o prefeito Antônio Júlio se comprometeu a enviar uma nova proposta à Copasa até a próxima sexta-feira.
E para tentar superar esse momento de escassez de água na cidade, Dr. Juarez Amorim reforçou a importância da colaboração de todos. “Já estamos tendo uma resposta positiva da população. Muitos estão reduzindo o consumo, mas alguns ainda não entenderam a gravidade da situação. Por isso, a Copasa está atenta e vai tomar providências cabíveis em relação aos moradores que desperdiçam água. Afinal, toda a população precisa se solidarizar. A água é um bem coletivo”.
Amorim ainda explicou que a mudança de hábito vem gradativamente. “É natural o impacto que estamos sentindo. O Brasil ainda não tem a cultura do reuso de água, por exemplo. Hoje, achamos um absurdo alguém jogar uma latinha no chão. Mas, antes, isso era normal. Vamos mudando aos poucos mesmo”.
O prefeito Antônio Júlio fez coro à declaração do diretor da Copasa. “Pará de Minas está servindo de exemplo e estamos aprendendo, mudando hábitos”. E enfatizou: “Imagina se a Copasa fala que vai embora da cidade? Precisamos estar juntos nesse momento de escassez”.
E em relação a algumas reclamações referentes ao valor na conta d´água, ele pediu que todos os moradores que receberem tarifas com valor muito acima da média dos últimos 12 meses procurem a agência de atendimento da Copasa de posse da leitura atual do hidrômetro para que seja feita a análise e eventual retificação.
Visita às empresas e conversa com estudantes
A mensagem sobre o uso racional da água também foi levada aos empresários da cidade. Em visita à Itambé, ao Frigorífico Plena e à Guabi, o diretor alertou: “A tendência é diminuir a vazão dos poços que abastecem muitas empresas. Por isso, elas precisam se preparar”. A Copasa se comprometeu a voltar às empresas visitadas, por intermédio dos estudantes da Fapam que já vêm realizando um trabalho de conscientização nas escolas da cidade, para falar sobre a importância do uso racional da água para os empregados.
Em seguida, em conversa com esses estudantes, o diretor ouviu as experiências vivenciadas por eles nas escolas. Um deles, Juliano da Silva Rodrigues, destacou: “Sinto que estamos contribuindo para uma mudança de cultura nas pessoas. Mas sabemos que a conscientização deve começar na gente. Depois do treinamento oferecido pela Copasa, levei o que aprendi para casa e mudei alguns hábitos”.
Poços profundos
Dr. Juarez Amorim também aproveitou para ver de perto o mais recente poço profundo perfurado na cidade, localizado na praça Torquato de Almeida. A previsão é que o poço, que está em teste de bombeamento e análise qualitativa desde ontem, forneça cerca de 5,5 litros por segundo de água, o que representa cerca de 20 mil litros de água por hora.
Ao todo, 11 poços já estão em operação na cidade, totalizando uma vazão de aproximadamente 40 litros por segundo. “É razoável pensar que cheguemos em agosto com o dobro de poços em operação. Estamos trabalhando incansavelmente para isso. Hoje, precisamos de cerca de 200 litros por segundo para abastecer a população”.