Uma abordagem equivocada de gestão de riscos relacionados com a água tornou-se comum nas maiores empresas globais do mundo. O foco corporativo é direcionado com frequência somente à redução do uso de água, que é uma resposta inadequada a riscos cada vez mais imediatos e substantivos relacionados ao recurso, o que ameaça o valor ao acionista e demais partes interessadas. As conclusões constam no Global Water Report 2013 (Relatório Global de Água 2013), apresentado recentemente a empresas e investidores de todo o mundo pela organização internacional CDP.
Segundo o levantamento, a gestão adequada é a solução para alcançar a segurança da água, uma das questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje. No entanto, uma mudança significativa será necessária para que a gestão possa ser alcançada. Este novo relatório, desenvolvido em parceria com a Deloitte, baseia-se em dados fornecidos ao CDP por 180 empresas listadas na FTSE Global 500 Equity Index, a pedido de 530 investidores que representam US$ 57 trilhões de dólares.
O estudo analisa empresas como BP, Bayer, Lockheed Martin, General Motors, Nestlé, Walmart e Unilever. Estas organizações usam o programa de água do CDP para reduzir os riscos e aproveitar as oportunidades relacionadas com o recurso. As principais conclusões do relatório, este ano intitulado A need for a step change in water risk management, são:
“Apesar de todos verem grandes progressos na capacidade das empresas para identificar os riscos relacionados com a água, a abordagem para o gerenciamento desses riscos é equivocada. Se as empresas estão se tornando verdadeiramente resistentes às ameaças crescentes que a água representa, elas devem se esforçar para a questão da gestão”, afirmou Cate Lamb, que integra o programa de água do CDP.
“Por outro lado, um aumento anual de 60% em empresas que utilizam nosso programa de água é promissor. Os resultados que publicamos em outubro vai proporcionar uma visão incomparável para os investidores com o objetivo de destacar uma posição de liderança, educando as empresas de seus portfólios sobre esta questão”, completa.
Para Will Sarni, diretor e líder na empresa de consultoria Deloitte LLP, enquanto a gestão de água se materializa e muitas empresas se encontram ainda no começo desta jornada, algumas companhias já estarão deixando de gerenciar os riscos de água somente dentro de suas operações diretas para avaliá-los e, em alguns casos, para mitigá-los em suas cadeias de fornecedores. “Para estas corporações – que mitigam os riscos de água nas suas cadeias de suprimentos, engajando programas de ações coletivas e trazendo para si a responsabilidade por externalidades como acesso à água limpa, saneamento básico e higiene – a liderança está na mira, se é que já não foi alcançada”, ressalta.