O jornalista Ponce de Leon se surpreenderia ao constatar, hoje, o esquema de segurança existente na Igrejinha da Pampulha, que conta com alarmes e câmeras de monitoramento. No entanto, em uma visão geral do complexo arquitetônico, que acabou de completar 70 anos, muitos reparos ainda precisam ser feitos, tanto estruturais quanto ambientais. Um dos principais é o próprio espelho d’água. Quem passa pela lagoa com frequência reclama da sujeira e do mal cheiro. Mas a prefeitura da capital garante que a água vai estar limpa no final deste ano.Apesar da descrença dos moradores e visitantes, que já ouviram isso mais de uma vez em gestões anteriores, o prefeito Marcio Lacerda afirma que a despoluição é para valer. “Até dezembro deste ano, 95% do esgoto que cai na lagoa será retirado. Com isso, o mau cheiro provocado pela sujeira será eliminado”, disse o prefeito, em uma entrevista exclusiva a O TEMPO.
Mais do que a reforma dos prédios de Oscar Niemeyer, a despoluição do espelho d’água é tida como a principal ação para que o complexo alcance o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O resultado deve sair em 2016.
Décadas após a constatação do jornalista de Leon, as demandas por reparos estruturais da Igrejinha da Pampulha ainda persistem. Mesmo após reforma recente, em 2005, já é possível identificar infiltrações nas partes interna e externa do local. Além disso, algumas pastilhas que revestem o templo estão fora do lugar.
A situação não é diferente da encontrada em todo o complexo arquitetônico. Também precisam de restauração o Museu de Arte da Pampulha (MAP) e a Casa do Baile, mas esses já passam por reforma e devem ser reabertos para visitação em agosto deste ano. Nesta mesma época, deve começar nova intervenção na Igrejinha de São Francisco.
Todas essas obras de restauração são custeadas com recursos do Ministério da Cultura, que investirá R$ 32 milhões na tentativa de revitalizar o complexo, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte. Além dos prédios de Niemeyer, também será preciso reformar as áreas de lazer da lagoa, e a prefeitura promete fazer isso até 2016.