Mesmo estando longe de atingir a meta do governo federal de implantar a coleta seletiva em toda a cidade até 2014, a Prefeitura de Belo Horizonte retrocede no sistema que já existe e atinge atualmente menos de 1% da população. No último ano, pelo menos oito Locais de Entregas Voluntárias (LEVs), onde a população deposita o material para reciclagem, foram desativados. Nenhuma alternativa foi adotada para suprir esses pontos.
Parte das 820 toneladas de material reciclável recolhidas por mês na capital vem dos contêineres coloridos. Atualmente, são 97 LEVs distribuídos nas noves regionais. Até o início de 2011, eram 105. Os pontos servem para atender os bairros que não possuem a coleta seletiva porta a porta. Como o caminhão da reciclagem passa em apenas 30 bairros, quem mora nas outras 270 áreas precisa juntar o material em casa e levar até os LEVs.
Porém, de acordo com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), os LEVs foram retirados por má utilização da comunidade ou por solicitação dos próprios moradores dos bairros. "As pessoas misturam com lixo comum ou danificam o equipamento. Está ficando inviável deixá-los nas ruas de Belo Horizonte", explicou a chefe de Programas Especiais da SLU, Aurora Perdezolli.
Foi o que aconteceu com os contêineres que existiam na praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho. Eles foram desativados a pedido da associação do bairro. "O local vivia sujo, não funcionava como ponto de coleta seletiva. Ficava tudo misturado com lixo comum", explicou o vice-presidente da associação de moradores, André Gontijo.
A gerente administrativa Mabel Coelho, 34, também conta que o LEV do bairro Castelo, na Pampulha, fica muito sujo. "Precisa ser feito um trabalho educativo para não ter que retirar o ponto".