A prefeitura de Belo Horizonte gasta R$ 8 milhões por ano na limpeza de diversos bota-fora irregulares. Somente em 2011, mais de 119 mil toneladas de rejeitos foram recolhidos de 700 "lixões" urbanos identificados pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Os amontoados de entulho são resultado da falta de educação ambiental da população e da fiscalização precária da prefeitura.
Sobras de construção civil, equipamentos eletrônicos, pneus e lixo orgânico, na maioria das vezes, são deixados na calada da noite em terrenos vazios ou sobre passeios por carroceiros e caminhões. Em pouco tempo, mais resíduos de todos os tipos são abandonados no local. Com isso, o caso passa a ser também de saúde pública, pois a sujeira é um convite para ratos, mosquitos e outros transmissores de doenças.
De acordo com a SLU, um estudo feito no ano passado revelou que os bota-fora concentram-se principalmente na região Centro-Sul da capital, seguida pela Leste e Noroeste. Contudo, em toda a cidade é fácil identificar os "lixões" urbanos.
O desrespeito à legislação e à cidade não poupa nem mesmo ruas movimentadas ou grandes avenidas. Na Silviano Brandão, uma das principais vias do bairro Horto, na região Leste da capital, há pelo menos três bota-fora clandestinos. Na esquina com a Rua João Alfredo, o canteiro central virou área de descarte de materiais. Restos de comida provocam mau cheiro e causam incômodo a quem vive ou trabalha por perto.
A Lei Municipal 2.968/78 e o Código de Posturas preveem advertências e até multas para aqueles que descartam materiais em locais irregulares. A prática também é considerada crime ambiental desde 1998.