Fórum Social Temático discutirá falta de sustentabilidade do modelo econômico

O Fórum Social Temático (FST), que começa hoje (24) e vai até domingo (29), em Porto Alegre, terá como tema principal a crise capitalista e a justiça social e ambiental, abrindo espaço para discussão sobre a falta de sustentabilidade no nosso atual modelo econômico. O FST deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho.

Oded Grajew, um dos pais do Fórum Social Mundial (FSM), diz que a preocupação ambiental sempre esteve na agenda dos que queriam uma alternativa às idéias pregadas em Davos (sede do Fórum Econômico), e que ganhou força nos últimos onze anos.

No FST, ativistas vão tentar articular propostas alternativas às que serão apresentadas pelos governos na Rio+20. Segundo Grajew, o texto-base das negociações da conferência apenas tangencia os problemas, sem apontar soluções ou compromissos que visem mudanças significativas no atual padrão de desenvolvimento.

O encontro em Porto Alegre deverá manter a tradição do FSM de não divulgar uma posição única, mas, segundo Grajew, a expectativa é que ativistas de todo o mundo, inclusive representantes de movimentos como a Primavera Árabe, das manifestações estudantis chilenas, do Occupy Wall Street e dos Indignados da Espanha, unam-se para cobrar desde já resultados mais efetivos da Rio+20.

"Tudo caminha para que a conferência seja um evento sem consequências práticas. É preciso haver comprometimento com metas numéricas relacionadas a mudanças no padrão energético, diminuição das desigualdades, conservação da biodiversidade, metas de redução de mortalidade infantil. Metas sociais, econômicas e ambientais, políticas que liberem governos do poder econômico, democratização das instituições multilaterais", sugeriu Grajew.

Durante a semana, cerca de 30 mil pessoas devem participar do FST, segundo estimativas da organização. A programação inclui mais de mil atividades em Porto Alegre e em mais três cidades da região metropolitana da capital gaúcha.