Genebra, Suíça. Até o fim deste século, a temperatura global poderá aumentar entre 3ºC e 6ºC em comparação ao nível pré-industrial, segundo anuncio feito pela Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ontem.
O cenário de mudança climática poderá acarretar graves consequências ao planeta, incluindo financeiras, mas ainda há tempo de reverter esta situação.
O informe feito às vésperas do início da Cúpula Climática da Organização das Nações Unidas (a COP 17) que começa na próxima segunda-feira em Durban, na África do Sul, pede que os países contribuam para obter um acordo internacional. "Os custos econômicos e as consequências ambientais da falta de ação política na mudança climática são significativas", disse o secretário-geral do órgão, Ángel Gurría.
De acordo com o documento, medidas concretas para mudar este panorama, principalmente a forma de geração de energia até 2050 e a redução das emissões de gases de efeito estufa em 70%, custariam 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
A OCDE advertiu ainda que, sem novas políticas de contenção das emissões de efeito estufa, as energias fósseis seriam mantidas no atual patamar de 85%, o que causaria um maior volume de CO2 na atmosfera.
FLASH
Ação. Em 2010, foi criado na COP 16 o "Fundo do Clima Verde", para investir US$ 100 bi até 2020.
Brasil quer prorrogar Kyoto
Brasília. O embaixador André Corrêa do Lago, um dos negociadores do Brasil na COP 17, disse que o país vai apoiar a aprovação de uma emenda que prorrogaria o Protocolo de Kyoto até 2020.
O acordo global em vigência obriga as nações consideradas desenvolvidas, que mais emitem gases de efeito estufa (exceto Estados Unidos), a reduzirem o envio de carbono à atmosfera, o que reverteria o aumento da temperatura global. Porém, ele expira no fim de 2012 e ainda não há um novo tratado para substituí-lo.