Na tentativa de tirar cães e gatos das ruas da capital, Belo Horizonte terá neste ano um calendário com ações voltadas para a defesa dos animais. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG) e organizações não governamentais, planeja intensificar ações para combater o abandono e incentivar a castração de animais domésticos. A partir do mês que vem, começa campanha de mobilização com distribuição de material informativo em praças da cidade, o que deve ocorrer uma vez por mês nas nove regionais. Até o fim do ano, a expectativa é que entrem em atividade mais dois centros de esterilização, nas regiões Leste e Nordeste, elevando para cinco o número de endereços que oferecem o serviço gratuitamente.
As propostas são fruto de debate da Comissão Interinstitucional de Saúde Humana na sua Relação com os Animais, do Conselho Municipal de Saúde. As entidades estudam também regulamentar as feiras de adoção de cães. "Estamos discutindo fazer um convênio com as organizações e ampliar para além do que é feito no Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura", afirma o secretário municipal adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta. O esforço tem como objetivo diminuir um quadro de abandono e ameaça ao município. Cerca de 28 mil cachorros e 3,8 mil gatos vivem nas sarjetas de BH. Além de sofrer maus-tratos, esses animais representam risco à saúde da população.
Reportagem do Estado de Minas publicada em 20 de janeiro mostrou que, sem um abrigo municipal capaz de acolher os bichos, a prefeitura é obrigada a capturar os animais, examinar, castrar os sadios e devolvê-los para a rua. "Ao tratar da guarda responsável e informar sobre a castração, pretendemos reduzir o número de cães abandonados, aumentar o bem-estar dos animais e cuidar da saúde pública, diminuindo os casos de leishmaniose e mantendo a raiva controlada, sem nenhuma ocorrência", afirma Pimenta. "Precisamos avançar com mais verbas e políticas públicas nessa área. Uma nação saudável é aquela que realmente respeita seus animais", cobra a diretora de meio ambiente da ONG Cão Viver e integrante do Maria Irene de Melo Neves.
A promessa é que até o fim do ano sejam abertos mais dois centros de castração de cães e gatos em BH, nas regiões Leste e Nordeste. Atualmente, o serviço, gratuito, é feito no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), no Bairro São Bernardo, na Região Norte, e nas regionais Oeste e Noroeste. Além disso, a secretaria conta com uma unidade móvel, que faz a castração em diversos pontos da cidade. O atendimento é gratuito, mas a orientação é para o interessado marcar, com antecedência, a esterilização do cão ou gato. "É uma medida saudável para o animal. Se a castração da fêmea for feita antes do primeiro cio, diminui o risco do câncer de mama e de útero. Já os machos ficam mais caseiros", explica a representante do CRMV-MG, Fernando Ciolfi, participante da Comissão Interinstitucional de Saúde Humana.
ONDE ESTERiLIZAR
Os centros fazem a castração de cães e gatos gratuitamente, basta o interessado marcar consulta com antecedência.
Oeste
Atende as regionais Oeste, Barreiro e Leste
Rua Alexandre Ciqueira, 375, Bairro Salgado Filho Telefone: (31) 3277-7576
Noroeste
Atende as regionais: Noroeste, Centro-Sul e Pampulha
Rua Antônio Peixoto Guimarães, 33, Bairro Caiçara Telefone: (31) 3277-8448
Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
Atende as regionais: Norte, Nordeste e Venda Nova
Rua Edna Quintel, 173, Bairro São Bernardo Telefone: (31) 3277-7411 ou 3277-7413