Mancha na bacia de Campos pode chegar às praias

RIO DE JANEIRO. O óleo derramado pela Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, pode chegar às praias do Rio, sobretudo Búzios e Angra, e também do Espírito Santo e São Paulo (Ubatuba) dentro de duas semanas. O alerta foi dado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em reunião com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

"Cerca de dois terços de todo o óleo derramado, sobretudo aquele mais grosso, ainda estão abaixo do espelho d’água. Esse óleo vai passando por processo físicoquímico e vira pelotas que vão acabar nas praias", disse Minc. Ele acrescentou que tudo vai depender agora das condições climáticas para determinar o tempo que essas "bolas de piche" vão levar para chegar nas praias.
A Defensoria Pública da União no Rio abriu ontem procedimento administrativo para cobrar indenização da petroleira pelos danos causados ao meio ambiente em função do vazamento.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou que só vai definir os valores das multas no fim do processo administrativo. As duas autuações podem obrigar a empresa a pagar até R$ 100 milhões (R$ 50 milhões por cada infração). Então, pode chegar a R$ 260 milhões o total de multas, indenizações e compensações ambientais que a Chevron Brasil terá de pagar pelo acidente no Campo de Frade, na bacia de Campos. Esse valor inclui multa já aplicada pelo Ibama (R$ 50 milhões) e a possibilidade de uma nova autuação em R$ 10 milhões, autuações da Agência Nacional do Petróleo (R$ 100 milhões) e do governo do Estado do Rio (mais R$ 100 milhões).