Obras de R$ 13,7 milhões garantirão 85% de tratamento de esgoto em Viçosa


"A gente sente que parte do nosso sonho está sendo realizado, porque estamos prestes a completar o ciclo do sistema de esgotamento sanitário de Viçosa". Com estas palavras, o diretor presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), engenheiro Sanzio Borges, abriu, no dia 27 de outubro, o evento de contrato da autarquia e da Prefeitura com o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 2, do Governo Federal. O projeto, orçado em 13,7 milhões de reais, prevê a implantação de obras que irão dotar o município de Viçosa com 85% de tratamento de esgoto.
"Agora, teremos o privilégio de contar com um sistema de saneamento básico que oferece captação, tratamento e distribuição de água para 99% dos viçosenses, na coleta de esgoto hoje estamos na marca de 89% da população beneficiada. Com a nova ETE, também vamos realizar o tratamento de esgoto. Na limpeza pública, quase 100% de Viçosa é atendida com coleta domiciliar de lixo. Estamos também adquirindo uma usina para a destinação final do lixo, reduzindo o montante do lixo que vai para o aterro sanitário", enfatizou Sanzio.
De acordo com o Atlas do IBGE, apenas 29% dos municípios brasileiros têm algum sistema de tratamento de esgoto instalado. Com a nova ETE, Viçosa passa a ser um destaque na área de saneamento e qualidade de vida no país.
O diretor técnico do Saae, José Luiz Corrêa, falou sobre a jornada do Saae na área de esgotamento sanitário. Em 1992, o Saae fez um convênio com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), para elaborar o Plano Diretor de Esgoto do Município. Em 1999, a autarquia iniciou os trabalhos para a implantação da rede interceptora de esgotos em Viçosa. "Com o recurso do PAC 2, vamos concluir os interceptores da Conceição e do São Bartolomeu. Outras regiões que estão nos planos do Saae para a instalação dos interceptores são: Nova Viçosa, Santo Antonio; João Braz; Sivestre; Novo Silvestre; Fundão e Cachoeira de Santa Cruz", anunciou.
Com recursos próprios, o Saae investiu cerca de 7 milhões de reais em 7 km de interceptores na cidade. "E para fazer uma licitação neste porte, de quase 14 milhões de reais, a gente iria demorar no mínimo mais uns 10 anos para conseguir concluir o projeto", disse o diretor.
O prefeito Celito Sari disse que "o SAAE está virando um palco de apresentação de projetos", numa referência aos eventos do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Zona da Mata de Minas Gerais (Cisab) e da Usina Eco Sustentável que aconteceram na autarquia na mesma semana.
A obra do século
O projeto inclui, além da ETE Barrinha, a construção de uma Estação Elevatório de Esgoto, a implantação de rede coletora e interceptora e emissários de esgotos. Também prevê o desenvolvimento de atividades de cunho sócio-ambientais em toda a cidade, pertinente à obra. A ETE Barrinha terá capacidade para tratar 160 litros de esgotos por segundo, sendo composta por Tratamento Preliminar, Tratamento Anaeróbio, Filtros Biológicos Percoladores, Decantadores, Leito de Secagem de Lodo, Queima de Gases e Laboratório. O efluente ou esgoto tratado será devolvido ao Rio Turvo, atendendo a todas as normas ambientais do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Com a assinatura do contrato, a próxima etapa será a elaboração dos projetos elétrico e estrutural das unidades de tratamento da ETE para, em seguida, publicar os editais de licitações da obra. A previsão é que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2012, tendo um prazo de 24 meses para conclusão.