O Instituto Terra apresentou ações de recuperação de nascentes na região do Vale do Rio Doce, entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, na Conferência Internacional da ONU-Água. Estiveram presentes no evento representantes da ONU-Water, especialistas do "Global Sustainability Panel" da ONU e representantes de instituições de 26 países da América Latina e Caribe com "cases" de sucesso sobre a temática. Cinco instituições brasileiras participaram da Conferência realizada no início de outubro, em Saragoza, Espanha, que teve como tema "Água na Economia Verde na Prática: Rumo a Rio +20".
O superintendente executivo do Instituto Terra, Adonai Lacruz, representou a entidade e participou dos debates que mostraram como diferentes ferramentas podem promover o papel da água como fator-chave na economia verde.
Como resultado do encontro, os cases apresentados, entre eles o do Instituto Terra, vão integrar um compêndio com as 70 melhores práticas para recuperação e conservação dos recursos hídricos, além constar em um banco de dados on-line e em publicação da ONU-Water.
O trabalho de recuperação de nascentes integra o programa "Olhos D`Água" do Instituto Terra, que já contabiliza a proteção de mais de 250 nascentes na região do médio Rio Doce. O programa é dividido em projetos menores, com parceiros, patrocinadores e locais de atuação diferentes. Além disso, todos os projetos envolvem a mobilização das comunidades e dos pequenos proprietários rurais, do Poder público municipal e do Comitê da Bacia.
Em essência, é feito diagnóstico da situação ambiental das propriedades rurais e, a partir daí, é desenvolvido um projeto para uso e ocupação do solo. Os produtores e comunidades envolvidas responsabilizam-se pela implantação e manejo das nascentes, sob a orientação técnica do Instituto Terra, utilizando insumos distribuídos pelo poder público. Concluída essa fase, o Instituto Terra responsabiliza-se ainda pelo monitoramento da água e educação ambiental dos envolvidos, através de atividades como cursos, palestras e dias de campo.
"Mais que uma questão cultural, os fatores que impediam o pequeno produtor rural de promover a adequação ambiental da sua propriedade relacionavam-se principalmente a sua incapacidade técnica e financeira. Com a doação dos insumos e a educação ambiental, conseguimos uma adesão maior desse produtor, que se engaja no projeto, tornando-se diretamente responsável pela execução das ações", explica o superintendente do Instituto Terra.
Lacruz lembra ainda que, no início, o trabalho para mobilizar o pequeno produtor rural era maior. Hoje há uma fila de espera para ingresso no programa.