Os moradores de mais duas regiões de Belo Horizonte poderão saber como está o ar que estão respirando. A capital mineira passou a operar com novas estações de monitoramento da qualidade do ar, instaladas no Centro de Referência em Resíduos, no Bairro Esplanada, Região Leste de BH, e no Instituto Nacional de Metrologia (Inmet), no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul.
Elas integram a Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar da Região Metropolitana, eixo Belo Horizonte, Betim e Contagem, que agora conta com 11 estações automáticas. Em Minas Gerais, já são 20 unidades. Todas elas são operadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte e os dados gerenciados pela Feam. "A preocupação com a qualidade do ar é fundamental, tanto para a saúde pública quanto para o equilíbrio da natureza", afirmou o prefeito Marcio Lacerda, que destacou os veículos automotivos como o principal fator de poluição.
Lacerda descartou, porém, a adoção do rodízio de carros em curto prazo, a exemplo do que acontece em São Paulo. "Belo Horizonte está bem abaixo dos limites estabelecidos pelos padrões internacionais. Portanto, o ar da cidade ainda apresenta boa qualidade", afirmou Lacerda. Para o presidente da Feam, José Cláudio Junqueira, a única medida que pode causar um impacto positivo que evite a piora da qualidade do ar na cidade é o investimento em transporte público.
TAXA Os carros, apontados como vilões da poluição do ar, devem ser obrigados a passar por inspeção veicular ambiental em Minas, conforme admitiu o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho. Segundo ele, a vistoria cumpre o que está estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro. Sobre a taxa de inspeção, afirmou que não há ainda como estimar o valor, mas considerou a possibilidade de embuti-la futuramente no Imposto sobre Veículos Automotivos (IPVA).
As novas estações de monitoramento do ar são automáticas e contam com coletores, medidores, analisadores de gases, sensores meteorológicos e equipamentos para processamento, geração e transmissão de dados. O investimento na instalação das duas estações foi de R$1,5 milhão, feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), por meio de convênio assinado com a Prefeitura de Belo Horizonte e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird).
Há três estações que monitoram a qualidade do ar na capital. Duas delas estão fixadas na Região Central da cidade - uma na Praça da Estação e a outra na Avenida Amazonas. Já a terceira fica no Aeroporto Carlos Prates. Os poluentes monitorados são óxidos de nitrogênio, ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, partículas respiráveis e partículas inaláveis, além de parâmetros meteorológicos, como velocidade e direção dos ventos.