Recuperação de nascentes

Para recuperar a área no entorno de uma nascente, o primeiro passo é observar se há formação de capoeira (regeneração natural) com plantas como alecrim, carrapicho, lobeira, assa-peixe, embaúba, pinha-do-brejo, pombeiro, nitidula, vermelhão, pororoca, maria-mole etc. Se esta for a situação da nascente, será necessário apenas cercar, mantendo uma distância mínima de 50 metros ao redor da nascente.


Se o entorno da nascente estiver ocupado com pasto, com poucos arbustos, além de cercá-la será necessário plantar algumas árvores, escolhendo bem as espécies, a quantidade e a distribuição na área. O plantio de muitas árvores perto da nascente pode secá-la por algum tempo.


Dentro da área cercada recomenda-se plantar aproximadamente 30 árvores. Nesta quantidade, essas espécies vão atrair pássaros e outros animais, que trarão novas sementes, ocasionando gradativo reflorestamento da área. Isso aumentará a infiltração da água da chuva no solo e vai conter a terra arrastada por enxurradas, impedindo o soterramento da nascente.


As árvores devem ser bem distribuídas na área, tomando-se o cuidado para alternar plantas pioneiras (que crescem mais rápido), com secundárias e clímax, que crescem mais devagar, porém vivem mais tempo.


A escolha das espécies para a recuperação e conservação das nascentes deve ser em função da umidade do solo (Veja quadro), que é muito variável no entorno das nascentes. Por isso, antes da escolha das espécies, deve-se dividir a área a ser reflorestada em três partes, localizando as seguintes situações:

a) Áreas encharcadas: são as áreas brejosas ou pantanosas que se encontram próximo ao curso d'água;

b) Áreas úmidas: são as localizadas entre as áreas encharcadas e as bem drenadas;

c) Áreas bem drenadas: são as menos úmidas dentro da área a ser reflorestada.

Recomendações

As mudas devem ser plantadas em covas de 30cmx30cmx30cm, ou até 50cmx50cmx50cm, se o solo estiver muito compactado, colocando-se 5 litros de esterco de curral por cova, fazendo o coroamento de meio metro ao redor da muda.


Se não estiver chovendo, as mudas deverão ser molhadas logo depois do plantio e é necessário repetir a operação de três em três dias.


Faça o plantio de preferência no início do período das chuvas.
Não se esqueça de fazer o combate às formigas, que pode ser de maneira prática, plantando-se gergelim nas proximidades da área.

Fonte: Mauripe Cordeiro Durães (coordenador técnico regional de Reforma Agrária/Meio Ambiente da Emater-MG. Para mais informações, consulte o Plantão Técnico da Emater em Belo Horizonte pelo telefone (31) 3349-8120 ou por meio do e-mail atende@emater.mg.gov.br.

Fonte de consulta: Centro de Excelência em Matas Ciliares (Cemac). Convênio: Cemig/Universidade Federal de Lavras/Faepe.

 

Jornal "Estado de Minas", 13/12/2010