O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ontem que o projeto do Código Florestal não deverá ser votado na próxima semana. Segundo ele, não há previsão para a proposta entrar novamente na pauta do Plenário porque o governo pretende votar três das oito medidas provisórias (MPs) que perdem a validade até o dia 1º de junho.
Vaccarezza disse que havia um acordo com a oposição para votar o código antes das MPs, mas a discussão de anteontem demonstrou não ser possível votar um projeto tão polêmico de forma apressada. Além disso, o líder lembrou que o presidente da Câmara, Marco Maia, não estará no Brasil na próxima semana, quando cumprirá agenda oficial na Coreia do Sul.
O governo minimizou o fato de, mais uma vez, não ter conseguido votar o novo Código Florestal, apesar das negociações. Para o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o assunto é complexo e envolve vários interesses. Demonstrando otimismo, ele disse acreditar que, embora atualmente haja um impasse, as negociações poderão levar a um bom termo. "Não se trata de um debate entre situação e oposição. É uma matéria que requer uma enorme reflexão, que precisa ser votada com tranquilidade", afirmou.
Embora a proposta do novo Código tenha surgido no Congresso, Luiz Sérgio não considera que o governo esteja se metendo demais no assunto. "Tanto que o Congresso está debatendo a proposta do novo Código Florestal que surge de uma iniciativa do Parlamento", justificou o ministro.
Presidência. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, acredita que o assunto não deve ser tratado como se fosse uma questão de preto no branco ou uma partida de futebol. Carvalho avaliou que é preciso ter muito cuidado na votação do Código porque envolve a sociedade como um todo.
O ministro garantiu que o governo, por orientação da presidente Dilma Rousseff, está fazendo um esforço para que se chegue a um bom acordo para votar o Código Florestal.